O capixaba tem uma missão intransferível nos próximos dias: ser o Brasil para camaroneses e australianos, que aqui estarão hospedados na Copa do Mundo de Futebol. É daqui, principalmente de Vitória, que os estrangeiros de outros continentes irão colher sua impressão e formar a opinião sobre o nosso país. Se algum habitante de Camarões ou da Austrália nunca antes tinha ouvido falar do Brasil, isto está no passado. Nosso país tem sido notícia em todo mundo desde a definição do local da copa de 2014.

Mas o estereótipo é fenômeno muito comum nas relações sociais entre países. Para muitos de nós, por exemplo, da Austrália sabemos pouco mais do que dos cangurus e de Camarões imaginamos o paraíso do crustáceo que aqui soubemos adotar como coadjuvante na nossa Moqueca. Sei que estou exagerando. Mas o propósito é chamar a atenção para a responsabilidade que caberá a cada capixaba neste momento privilegiado.

Ambos os países conheceram e se apaixonaram pelo futebol em razão da influencia inglesa. Os britânicos colonizaram a Austrália e, junto com franceses, também Camarões. O inglês é idioma mais falado no primeiro e também é oficial, ao lado do francês, no segundo. Porém centenas de outras línguas nativas são usadas nas duas nações.

O Brasil foi muito bem recebido nas Olimpíadas de Sidney, em 2000. País livre de terrorismo e de encrencas internacionais, a Austrália bateu recorde de participação de países e atletas naquele evento esportivo. A única queixa dos ocidentais foi o fuso horário, mais nada. Com Camarões está nossa maior identidade. Afinal, fica no continente vizinho; deve seu nome aos portugueses que fizeram dos seus portos um entreposto para o tráfico de escravos para o Brasil no século XIX; e são admirados mundialmente pela afro-música. Aliás, Michael Jackson, Shakira, Chico Sciense & Nação Zumbi já beberam fonte camaronesa. Além de tudo, tem um excelente futebol.

Namy Chequer (PCdoB)

 

Data de Publicação: terça-feira, 20 de maio de 2014